
Esse mundo está muito, muito estranho… precisamos rever nossas formas de viver e, junto com isso, nossa forma de entretenimento. Nunca fui fã de programas de televisão dominicais e realmente não percebo nenhuma diferença com o anúncio da saída do Faustão ou do Gugu, ou ainda, da Eliana… sinceramente, prefiro Netflix!
Mas a entrada do novo BBB me causa um desconforto ainda maior porque meus filhos de 11 e 12 anos são consumidores ávidos por esse tipo de entretenimento, assim como todos os 189 milhões de brasileiros impactados com o Corona, com a economia, com a política, com o Mundo em geral… então sigo escutando o mimimi de pessoas jovens que carregam um vocabulário todo próprio, com modismos e trejeitos que não fazem parte da minha dinâmica de vida, e nada tem a ver com minha forma de interagir ou entender o mundo.
Talvez esteja realmente ficando velha; velha demais para suportar os novos padrões ou velha demais para tentar achar graça de pessoas adultas falando o óbvio sem nenhum pudor e brincando como se tivessem entre 5 e 8 anos de idade…
E, em quase todas as contas de rede social que sigo, encontro o termo BBB em destaque, aumentando proporcionalmente sua abrangência a cada novo desafio ou a cada nova fofoca rudimentar que é criada na “casinha mais vigiada do Brasil”. Ao mesmo tempo em que recuso-me a seguir esta proposta de entretenimento, sou arrastada para a correnteza selvagem que insiste em me levar em suas águas para a enorme cachoeira, que limpará a alma e a mente de todos os que ainda não se converteram à nova era digital da babaquice sem fim e da falta completa de uma brincadeira mais sênior e com maior profundidade.
Sigo brincando de escrever minhas poesias eróticas, em um universo todo meu, encontrando na cama promíscua da Anna Lara os possíveis dramas de um sexo grupal e explorando as dores de um cotidiano cheio de esperança, culpa e amor no universo das crônicas que compartilho, embora saiba que minha audiência diminui a cada post em que não cito ou comento sobre a fala dos que estão ricamente confinados na mansão global mais fútil do universo.
Ainda bem que as aulas dos meus filhos recomeçam semana que vem…
By Cris Coelho